O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira que ainda persiste uma grande incerteza em relação às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, ele destacou que o Brasil pode enfrentar um impacto menor devido à sua menor ligação econômica com os EUA.

Durante um seminário sobre política monetária promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG) no Rio de Janeiro, Galípolo comentou que a preocupação com o “choque de tarifas” gerado por Trump após sua vitória eleitoral alterou o cenário observado pelo BC.

“Curiosamente, ao longo de 2025, temos escutado mais a ideia de que, devido à menor inserção do Brasil na correlação com a economia norte-americana, o país pode sofrer menos caso haja a implementação de tarifas”, disse ele.

Na última decisão sobre política monetária, diante das promessas de aumento de tarifas nos EUA, o BC considerou entre os riscos para a inflação a possibilidade de um cenário menos inflacionário para países emergentes, resultante de choques no comércio internacional e nas condições financeiras globais.

Galípolo também mencionou que as incertezas globais aumentaram e enfatizou que é responsabilidade do Banco Central do Brasil promover uma nova globalização, em oposição ao projeto atual de desglobalização.

Segundo ele, além da questão das tarifas, os bancos centrais estão atentos ao aumento da dívida pública nos países, o que pressiona as taxas de juros e impacta as economias emergentes.

Fonte: InfoMoney