Três cidades baianas com decretos de emergência por estiagem — Senhor do Bonfim, Quijingue e Tucano — investiram juntas mais de R$ 14,8 milhões na contratação de artistas para o São João 2025. Os dados são do Painel de Transparência dos Festejos Juninos, divulgado pelo Ministério Público da Bahia.

Senhor do Bonfim lidera entre elas, com R$ 5,33 milhões aplicados exclusivamente com recursos municipais. Quijingue gastou R$ 5,25 milhões, sendo R$ 480 mil provenientes do Estado. Já Tucano destinou R$ 3,6 milhões do município e R$ 675 mil do governo estadual. As três cidades permanecem com decretos de emergência vigentes até, respectivamente, julho, setembro e outubro deste ano.

Entre os cachês contratados, destacam-se valores como R$ 600 mil para Natanzinho Lima, R$ 565 mil para Henry Freitas e R$ 750 mil para Leonardo. O prefeito de Senhor do Bonfim, Romerinho (Avante), afirmou que os gastos foram baseados em estudo de impacto econômico. Já Ricardo Maia (MDB), de Tucano, justificou que buscou recursos fora do orçamento local.

Apesar da emergência, a legislação permite as festas, desde que cumpram exigências como não utilizar recursos emergenciais, apresentar estudo técnico e não solicitar crédito suplementar. Das 108 cidades em situação de emergência na Bahia, 98 realizarão festejos juninos. Outras 10 cancelaram os festejos (América Dourada, Caturama, Itambé, João Dourado, Lapão, Malhada de Pedras, Morro do Chapéu, Pedro Alexandre, Simões Filho e Várzea da Roça). Simões Filho, por exemplo, suspendeu os festejos para priorizar ações de reconstrução após fortes chuvas.

Fonte: G1 Bahia